sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O tempo voa?

Lembro quando era criança e as tardes brincando de elástico, queimada, corda eram aproveitadas minuto a minuto e o tempo parecia não passar.
Na adolescência as tardes jogando vôlei, paquerando (sim, paquerando e não piriguetando) levavam uma vida...

E porque essa impressão de que tudo hoje em dia passa rápido demais, que não temos tempo para mais nada?

Posso estar errada, mas atribuo grande parte dessa sensação à grande quantidade e velocidade da informação.

Não tínhamos internet, celular.

As revistas mensais era onde descobríamos os novos lançamentos da música, sabíamos um pouco mais sobre nossos ídolos, líamos aquelas dúvidas de sexualidade. Aí incluíam-se Capricho, Atrevida e Carícia.
Se queríamos conversar com uma amiga, as tardes (depois de lavar a louça, é claro) era reservada para ela ou àquele longo telefonema. Até cartas eu trocava com as amigas mais distantes.
Já os meninos, sabiam dos lançamentos de games, das bandas pela revistinhas. Passavam tardes nos fliperamas, empinando pipa, jogando bola...
A coisa mais próxima que tínhamos das redes sociais eram os cadernos de perguntas. 50 questões no mínimo, respondidas com afinco e com uma dedicatória no final.
E tudo isso era feito sem pressa, sem pressão.

A evolução é bem vinda, é necessária. E ela só é possível por meio da informação.

Mas confesso que as vezes me estressa tanta coisa ao mesmo tempo. A mídia dispara o tempo todo mil e uma receitas para tudo. Como estudar melhor, educar seu filho, ser um profissional de sucesso, ser rico, ser feliz. As tendências, de moda, de mercado mudam o tempo todo e você p-r-e-c-i-s-a estar antenado.

Preciso mesmo? Isso é imprescindível para a minha vida?

Tive a experiência de me desconectar e desligar do mundo por 10 dias. Fiz uma viagem para o interior da Bahia, em um sítio sem telefone, sem internet, sem celular, pouca TV. O que para uns pode ser sinônimo de ociosidade se transformou em momentos de descontração, simplicidade, percepção das pessoas, da minha vida. E foi altamente produtivo. A impressão que tenho é que 10 dias se transformaram em 30. Cansei o corpo com atividades na natureza, mas descansei a mente.

Não precisei me preocupar porque o meu cabelo e unhas não estavam impecáveis. Não fez diferença não saber os trend topics do twitter ou ver pelo facebook que aquele amigo está jantando no restaurante X ou Y. Para que assistir três jornais, todas as novelas? Perder meu tempo e minhas horas com tudo o que passa pelo mundo? Para estar antenada e vivendo pelos outros? Não, obrigada!

Equilíbrio é a palavra. Mas não aquele que está nas revistas, na internet, ditado pelos outros. Quero equilíbrio para viver. Trabalhar para realizar meus sonhos. Descansar na medida para dar valor às minhas ocupações. Me cuidar para que eu me sinta bem. Ler o que me agrada, me faz viajar. Viajar para conhecer lugares e culturas, não pra dizer que fui.

Quem sabe assim eu não viva bem melhor meus 20 e poucos anos e não acorde como naquele filme, de repente 30...


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